terça-feira, 18 de novembro de 2008

No jardim do paradoxo


A melhor definição de paradoxo que já encontrei é * O paradoxo existe!

O paradoxo talvez seja tudo que temos.

A idéia aqui é colocar tudo aquilo que pode ter um oposto e inserir na trama paradoxal.

Perceba que quanto mais próximo ao sentido de ausência, os signos tem outra atmosfera, no sentido de que existe uma clausura da ausência.

Imagine uma sala cheia. Observe que mesmo sem se perguntar CHEIA DE QUE, imaginar por impulso um qualquer coisa, já será a coisa em si.

A soma, a totalidade traz essa idéia de positividade, ao passo que a sala vazia é dotada de um sentido negativo, não importando o fato substancial da ausência ser igualmente a coisa em si.

A SALA CHEIA DE NADA, essa redundância contem as duas máximas paradoxais, o MAIS e o MENOS

Todos os signos possíveis contem o MAIS e o MENOS do paradoxo exceto a ausência. A presença é o oposto do significado superfulo da ausência como não estar, como não ser.

O verdadeiro sentido da ausência é a idéia que escapa ao paradoxo.

Essa característica fantástica dessa idéia aparentemente é uma saída, uma não, A SAIDA, a própria luz talvez. A luz no mais transcendental dos sentidos.

A ausência é a vitória sobre a clausura fundamental metafísica.

O paradoxo por sua vez faz uma pergunta essencial. Qual o oposto da ausência?

E de fato a ausência mesmo sendo escorregadia ao paradoxo ainda assim possui oposto.

O próprio paradoxo (toda a presença é dotada de uma dualidade, no mínimo de uma relação) é o oposto da ausência.

Fica interessante sobre a premissa de que caso o paradoxo se pergunte sobre seu próprio oposto, ou seja, qual seria o oposto da dualidade e toda a física e metafísica nela contidas, a resposta estaria ausente.

Essa batalha entre o paradoxo e o espectro ausente é travada quadro a quadro.

Entre o virtual e a matéria.
Entre o tempo e o espaço
Entre a essência e a existência.