quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Uma pausa no invisivel


Quando se fala na necessidade abstrata de uma estrutura substancial em meio à loucura do dia estamos falando de um trabalho obsessivo de dar sentido ao desarranjo.

A Arte é um esforço obsessivo.

Existimos necessariamente por haver um sentido fictício em meio a um sonho perpetuo.

A arte ao nos revelar a katatonia na verdade nos convida a desobedecer o tempo, a encontrar a vertigem e as rachaduras na sólida parede do ser e a enxergar que todo sentido possível dos signos é um pouco de quase nada.

Extasiados pela idéia de que existe uma resposta ontológica no devir, nos apegamos à luz e extraímos dela todo o conforto necessário para participar efetivamente da ilusão do sentido.

A própria ontologia se apropria da possibilidade de se haver um sentido imaculado, celeste.

Estamos caindo em um poço obscuro onde a única saída possível esta ausente. Existe uma nuvem desarranjada de signos dotada de uma luz que confunde essa queda com um vôo.

Ao perceber que a ausência esta muito mais próxima do que se revela e pronta a apagar esse feixe de luz, que aparentemente é a base de nossa identidade, negamos de maneira desesperada a possibilidade ausente para se esconder novamente em
uma neblina destituída de sentido a qual chamamos realidade.

Chegara o momento em que seremos empurrados para alem do espaço do tempo e da matéria.
Um momento onde a identidade não será mais possível.