Existe um espaço, um intervalo, onde mais do que se imagina, se espelha na obra de arte a interioridade, ou seja o reconhecimento com o EU.
O espaço exterior impossível, se revela assim impossível justamente na semiótica sensível.
Nesse intervalo exterior se readmite a impossibilidade exterior e o eterno retorno do ser contido.
O pensamento trata de ser o para fora, ou pelo menos o signo que permite se pensar o para fora.
Dai temos que toda a significação fictícia, toda a abertura do impossível, todo o exterior é uma quimera produzida por signos finitos.
Nessa dança macabra do impossível que se transforma, o exterior inexistente retorna a um interior igualmente destituído.
Se a identidade não é possível o interior é ausente.
Ausente sim, vazio não.
Assim como não existe a possibilidade exterior, a definição interior é inexistente. Isso implica em dizer que o EU não se define.
Como encontrar o abismo físico do ser ?
O que existe de fato é a herança produzida por um feixe de luz que nos convida ao pulo, ao impulso, ao para fora. A promessa que o sentido inexistente do EU repousa no OUTRO, quando é bem verdade que estamos caindo vertiginosamente, sem sentido interior ou exterior. Desnudos.
A própria estrutura do sentido é uma questão de frequência, de captação, de percepção. Não de domino.
Sem definições. O SENTIR sem sentido, sem estrutura, sem ida e sem volta.
A genialidade consiste em dar nome ao ''indisivel'', para que assim se renove a musicalidade do ser, para que não deixemos nunca de dançar embriagados pelo sentido inexistente das coisas.
Como aprender a imaginar para alem da signficaçao ?
Como se despir do sopro romântico, quase que satânico entre o signo fundamental e a ausência suprema ?
De fato me certifico de que não só a obra de arte, não só a filosofia, não apenas o consumo, o poder, mas todo o multiverso possível e impossível são estruturas desesperadas para SER ao menos por um instante a própria face da ausência.
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