sábado, 13 de dezembro de 2008

A possibilidade exterior


Nao seria essa a pergunta fundamental ?

O ser estruturalmente nao é a janela exterior ?

Bem me parece que a verdade, a essencia, que existencialmente existe tenta a todo instante capturar a ideia.

Essa relaçao de captura ocorre pelo factual, ou seja, a propria experiencia revela que a fisica é a vivencia factual metafisica.

O interior precisa apropriar-se do exterior. Porem uma vez que o pensamento exterior seja fruto de uma fisica finita, a interioridade precisa apropriar-se de si.

O pensamento, por ser finito, precisa conhecer-se.

A exterioridade, bem dizendo, a metafisica revela a intimidade do ser, atraves de signos que o expulsam de si.

Eis que se revela a midia, como a abertura de signos sensiveis em um movimento essencialmente natural ... essencialmente finito.

Como conhecer a intimidade de algo que nao se assume ?

Como estar fora, uma vez que o proprio estar dentro nao se revela ?

Como nao pensar o espaço entre a ausencia e o sentido ?

é dificil afirmar que a metafisica existe para alem do pensamento finito, uma vez que o proprio fisico se apropria de si. A metafisica é essencialmente uma ideia que se apodera do fisico para revelar-se.

Ao que me parece, antes de mais nada a metafisica carrega consigo uma fantasia vitoriosa em uma abertura possivel do impossivel.

A metafisica tem a qualidade e o erro de nunca ordenar-se, nunca estruturar-se visivelmente, mas HA uma estrutura, um esquema, um desenho, uma estetica fundamentada em uma rima substancial e de fato finita.

Ao passo em que é finita, se apresenta como impossivel, invisivel, indisivel, intocavel.

Sendo assim, a liberdade metafisica se esvai.

Nao existem signos suficientes para se dizer o possivel.

Os signos que constituem o entendimento nao sao cabiveis de sentido.

Nesse ponto temos que a metafisica é uma joia constituida exclusivamente para ser adorada e mais ainda para adorar-se.

A fisica carregada com o espectro da verdade factual nao se sustenta.

A fisica diferente da metafisica nao se alimenta de si.

A fisica nao se corrompe, nao se manipula, pois a fisica diferente do sonho metafisico é a representaçao do abstrato redevivo.

O que seria da experiencia sem a promessa do exterior?

Tudo que temos é a tristeza saudosa de um sonho bom.

A possibiliade exterior é justamente o quanto o sonho se revela.

Fundamentalmente existe a necessidade de confundir-se. De buscar o tormento impossivel em uma coleçao finita de signos.

Essa é a questao.

Ser ou nao Ser

Seria a metafisica de fato esse anuncio exterior OU seria apenas uma ideia finita?

Existe um impossivel exterior que escapa ao sentido de si ?

Seria o infinito um signo contido no sentido ilusorio de um signo finito ?

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Obra Prima


Pois bem,

Sempre que leio algo sobre Arte existe um sentimento de que ela, a Arte, é uma soma de signos que permite a união do factual com a ficção e metaficcçao.

Seja como manifesto consciente e objetivo, seja como abstração a Arte tem o peso da responsabilidade de ir alem, de transcender a expressão.

A experiência estética decorre numa atmosfera afetiva, pois o ser humano é um ser sensível, captando cognitivamente os objetos que o rodeia através dos seus sentidos, manifestando sentimentos de alegria, de júbilo, de prazer face a estes, quer sejam de origem humana ou natural, valorizando-os afetivamente, atribuindo-lhes valor estético, elevando-os do plano da utilidade para o plano da contemplação estética.

Através da contemplação estética o sujeito participa afetivamente na contemplação do objeto, interpretando-o subjetivamente, criando ou recriando o objeto na sua psique, experimentando prazer estético, por vezes de tal forma intensa, que transcende para um outro cosmos subjetivo, criado pela sua mente, pelos seus sentimentos face ao objeto permanecendo alheio e alterno ao mundo real, no seu heterocosmos.

Acredito que a estrutura estética, ou seja, toda semiótica sensível possui a rica característica de se transformar e nos remete a premissa fundamental da Gestalt, ou seja, idéia de que o todo é mais do que a simples soma de suas partes.

Sendo assim a Arte é apenas o começo de uma revelação ilimitada.

E novamente tenho a sensação de que a Arte sempre nos induz a soma. Seja de signos, de possibilidades, enfim, a Arte ate o momento nos abre uma porta para um espaço indeterminado e vertiginoso, espaço esse que pode biologicamente levar a síndrome de Stendhal que é uma doença psicossomática bastante rara, caracterizada por aceleração do ritmo cardíaco, vertigens, falta de ar e mesmo alucinações, decorrente do excesso de exposição do indivíduo a obras arte, sobretudo em espaços fechados.

Passada essa primeira e poderosa observação da obra de Arte, apos contemplar a Arte como uma equação insolúvel, percebo que em verdade a Arte é uma redução fenomenológica que se perde na estética.

Ao analisar, ao se confrontar com a Arte, somo induzidos e muitas vezes empurrados ao mundo metafísico, enquanto que o verdadeiro sentido da arte esta justamente no sentido oposto alem da física alem da metafísica tendo como destino primeiro e final a ausência.

A Arte por trás de sua abertura fantasiosa é um convite ao esquecimento, um convite à percepção de que de fato nada existe.

A arte é a uma ponte para a percepção do espectro ausente.Quando percebemos a Arte ela se já se foi, em verdade ela nunca esteve. O que sobra são signos desarranjados que por nos elevar a metafísica nos concede essa falsa porem valiosa recompensa.

Essa obsessão pelo anseio de tocar com a ponta dos dedos a metafísica, faz com que o verdadeiro sentido da arte permaneça opaco.

As pessoas enxergam o mundo das idéias e as possibilidades infinitas, como uma vitória não só sobre o mundo físico, mas sobre a própria liberdade e individualidade e se esquecem que a própria metafísica é uma liberdade assistida e limitada e a única saída para a clausura metafísica repousa sobre o espírito ausente.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Imagem fixa do pensamento


Quem não leu ainda o Átrio do Invisível que leia !


No limite da minha visão o fundamental aqui é a percepção que estamos cada vez mais próximos de nada (sempre estivemos), no melhor sentido possível. O que estou tentando fazer aqui sem a menor pretensão acadêmica é admitir que toda a comunicação é impossível, toda possibilidade é fictícia e a arte é um esforço obsessivo de perceber o espectro ausente da ausensia.


Os textos que seguem são copias INTEGRAIS de fragmentos do orkut.


Seus dias passam-se num ritual marcado: acordar, levantar, andar, pensar, ler, escrever, acolhido em um tempo que não passa: escrever é entregar-se ao fascínio da ausência de tempo, pois na escrita as horas são as horas de um tempo outro, não linear, fora do relógio, dentro da ausência, mas na ausência de um tempo puramente afirmativo, o tempo da narrativa, que concede a escrita o Sim que afirma a sua permanência, o seu movimento, um movimento que viaja pelas margens e mergulhar no infinito do impensado. Navegando por todos os lugares, fora das grades, dos muros, nas ondas do devir, que faz da escrita um instrumento vibrátil, no qual a vida é sempre outra, a vida escrita, uma vida além da imagem, que é por si uma eterna invenção.

É dessa experiência que arrancamos Maurice Blanchot, de uma imagem além da imagem, do pensamento do impensado na escrita.

Dessa maneira, a relação de Blanchot com o pensamento indica uma possibilidade de novos caminhos, provocando novas questões em torno do pensamento e do fazer literário, pois como uma Máquina de Guerra sua escrita consiste em criar aberturas dentro e fora do espaço literário.

Mergulhar na superfície de um pensamento legitimamente Ser e Palavra significa liberar-se das reminiscências, quer dizer do monolítico e da tensão que ela representa, pois nesse pensamento, Ser e Palavra, o mundo cala-se, e não são, por fim, os seres, suas preocupações, seus desígnios, suas atividades, que falam, quem fala é uma linguagem outra, neutra: uma linguagem crua, nervosa, sem precedentes. Essa linguagem tudo ronda e tudo atravessa, sua força fratura o muro do significante e alcança o outro lado do pensamento, nele a noite parece outra. Nessa esfera pensar é um ato de vitalidade, é essencialmente afirmativo, é uma forma de ver a vida e o que passa através dela, é um verdadeiro caso de possível, de interpretação, pois interpretar equivale a criar, a maneira do jazz, interpretar interpretações, e com isso, gerar uma experiência tecida por uma fazer próprio, com o timbre da sua voz, singular.

A escrita de Blanchot é a evidência da supressão dos limites entre a escrita e o pensamento. É o exercício de um jogo em que essas matérias se atravessam e a todo o momento estão por reinventar-se, sendo sempre outras, navegando na direção do improvável, do impensado, do possível de todas as coisas engendradas no limiar da escrita. Com efeito, pensando Rilke, às voltas do Espaço Literário, Blanchot faz surgir um cem número de questões que cintilam entre escrita, pensamento, vida e morte, navegando em águas não isentas de riscos. Investimento traçado por uma grafia vigorosa, destilada nas linhas que irradiam nos arrastando para as bandas de um lugar soturno, um espaço onde a imagem é sempre a mesma: a morte. Blanchot experimenta, na escrita, uma estranha aproximação com a morte, mas a isso não como elogio mórbido e sim como devir-morte que pensa a morte como uma presença que temos que aprender, reconhecer, encontrar, sem sustos nem entusiasmos.


Esse Reconhecer implica na aceitação de um outro caminho, uma trilha em que quanto mais se vai, mais, nas suas distâncias, se desaparece. Esse desaparecer, por fim, resulta no apagamento daquele que escreve. Reconhecer a morte para engendrar o desaparecimento do autor, mas a um só tempo gerar a afirmação da escrita. Uma escrita outra, total, cingida por abismos e possibilidades.


Nessa esfera vida e morte se atravessam em uma superfície que faz de Blanchot ‘a testemunha integral’ de uma experiência da escrita, da intensidade; no qual a consciência da morte faz do corpo uma engrenagem livre, entregue, à medida da sua própria duração, como Máquina de Sensações, escrita-corpo, no qual a morte desenha os contornos da sua permanência: a morte é o lado da vida que não está voltado para nós nem é iluminado por nós; cumpre tentar realizar a maior consciência possível de nossa existência que reside nos dois reinos ilimitados e se alimenta inesgotavelmente dos dois. Nesse trecho de Rilke, dos Cadernos de Malte, Blanchot nos evidencia o quanto a morte está presente na vida, e vice-versa, mas, sobretudo, o quanto, além dos nossos domínios, a morte funciona como algo que não nos cabe recusar, tampouco julgar, mas tão somente aceitar e ter com ela um convívio pacífico, vital, como a passagem ou etapa de algo que é nosso, mas nos escapa o domínio.


Portanto, a morte seria, nesse sentido, o equivalente do que foi designado como intencionalidade. Pela morte, “nos olhamos para fora com um grande olhar animal”. Pela morte, os olhos mudam de direção e essa viagem é o outro lado, e o outro lado é o fato de não viver desviando, mas direcionado, introduzindo agora na intimidade da conversão, não privado de consciência, mas pela consciência, estabelecido fora dela, lançado no êxtase do movimento. Movimento que puro desequilíbrio, mas movimento inteiramente ligado à vida, a vida que passa nas bandas do outro lado, onde o controle nos escapa, mas nos assegura a noite, a dispersão de um profundo sono.

domingo, 23 de novembro de 2008

Womanizer


Entre a luxuria e a miséria existe uma selvageria.

Sempre na tentativa insana de domar não apenas uma identidade em forma de idéia, porem uma identidade visível, uma idéia visível, a corrupção enfrenta a selvagem loucura de gaia. No foco dessa batalha se encontra um poder impossível fruto da maior obsessão fictícia de todas as narrativas.

Que pode ser conhecida tambem como a força da paixão.

O capitalismo é o sangue dessa batalha. Batalha que revela a promessa nanotecnologica do devir, com o triunfo da luz sobre a matéria negra do universo e simultaneamente com o lixo e o fedor das ruas.


O Começo e o final estão fora do tempo em uma imagem. Entre eles se encontra a solução...Sexo. Sexo. Sexo.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Liberdade!


Li uma vez que começou em Aristóteles, e esta relacionada com a impossibilidade do ser livre, uma vez que existe um futuro de fato imprevisível, mas que se apropria dos signos possíveis para se revelar. Isso implica em dizer que qualquer ponto no futuro já é metafisicamente conhecido.

O multiverso é constituído de pelo menos uma regra. Suficiente para dar base à tecnologia.
Nosso organismo por mais fantasioso e irreal que seja, jamais perdera sua característica mecânica.

Existe um esquecimento de que assim como nosso organismo obedece a essa regra fundamental o próprio comportamento também não esta fora dessa relação.

A liberdade é um desafio para individualidade.

E que individualidade [
?] A própria construção da personalidade obedece um padrão que incorpora a propriedade de maquina a alma.

O que é mais importante [
?] Atingir a idéia transcendental do sentido que o signo da liberdade permite, ou admitir que a liberdade é uma idéia que se esconde em um signo desnudo [?]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Uma pausa no invisivel


Quando se fala na necessidade abstrata de uma estrutura substancial em meio à loucura do dia estamos falando de um trabalho obsessivo de dar sentido ao desarranjo.

A Arte é um esforço obsessivo.

Existimos necessariamente por haver um sentido fictício em meio a um sonho perpetuo.

A arte ao nos revelar a katatonia na verdade nos convida a desobedecer o tempo, a encontrar a vertigem e as rachaduras na sólida parede do ser e a enxergar que todo sentido possível dos signos é um pouco de quase nada.

Extasiados pela idéia de que existe uma resposta ontológica no devir, nos apegamos à luz e extraímos dela todo o conforto necessário para participar efetivamente da ilusão do sentido.

A própria ontologia se apropria da possibilidade de se haver um sentido imaculado, celeste.

Estamos caindo em um poço obscuro onde a única saída possível esta ausente. Existe uma nuvem desarranjada de signos dotada de uma luz que confunde essa queda com um vôo.

Ao perceber que a ausência esta muito mais próxima do que se revela e pronta a apagar esse feixe de luz, que aparentemente é a base de nossa identidade, negamos de maneira desesperada a possibilidade ausente para se esconder novamente em
uma neblina destituída de sentido a qual chamamos realidade.

Chegara o momento em que seremos empurrados para alem do espaço do tempo e da matéria.
Um momento onde a identidade não será mais possível.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A obscura matéria escura do Universo


O astrônomo americano Carl Sagan dizia que nós somos poeira das estrelas. Os elementos dos quais somos compostos, como o carbono, o nitrogênio e o oxigênio, vieram dos restos mortais de estrelas que existiram antes da formação do nosso Sistema Solar, há aproximadamente 5 bilhões de anos. Quando estrelas morrem, explosões gigantescas espalham a sua matéria através do espaço interestelar. Pois é essa matéria que, fazendo parte da Terra, é encontrada em nossos ossos e órgãos.


O interessante é que essa matéria, composta de prótons, nêutrons e elétrons, não tem muita relevância cósmica. Sem dúvida, é ela que compõe as estrelas e nuvens de gás que observamos pelo Universo afora. Mas esse tipo comum de matéria, que é chamada de matéria bariônica, não consiste em mais do que 1/6 da matéria total existente no Universo. A maior parte não tem nada a ver com a matéria da qual nós somos feitos. Não é composta de prótons e elétrons e não forma astros luminosos, como estrelas.


Nós só percebemos a sua existência através da atração que ela exerce sobre a matéria luminosa comum. Por isso, esse tipo exótico de matéria é conhecido como matéria escura. Um dos grandes desafios da física moderna é desvendar a natureza dessa matéria. Se ela não é feita de átomos comuns, do que é feita?Antes de abordarmos essa questão, vale notar que planetas, asteróides, ou outros astros que não produzem a própria luz (como fazem as estrelas), mesmo se feitos de átomos comuns, também são matéria escura. Eles são considerados matéria escura bariônica, menos interessante e já incluída no 1/6 mencionado acima.


Portanto, quando falamos em matéria escura exótica, nos referimos àquela que não é composta de prótons e elétrons, os outros 5/6 da matéria cósmica, de composição desconhecida.A maior pista que temos da existência de matéria escura é obtida quando se observa como as galáxias giram. Como tudo mais no cosmo, galáxias também giram em torno de seu eixo central. A velocidade de rotação é medida observando-se a luz de estrelas posicionadas a distâncias variáveis do centro.


Se a galáxia fosse feita de matéria bariônica comum, a velocidade chegaria a um valor máximo a uma certa distância, e cairia em direção à borda. O que se observa é que a velocidade cresce e chega a um valor aproximadamente constante, sem diminuir na proximidade da borda. A explicação mais plausível é que existe mais matéria na galáxia do que a que produz luz. Essa matéria escura circunda a galáxia como um véu invisível, cuja massa altera a sua velocidade de rotação.

As observações confirmam que todos os tipos de galáxia têm esse comportamento. A matéria escura está por toda parte.Uma das teorias mais aceitas é que essa matéria escura é composta por partículas submicroscópicas exóticas, muito diferentes dos prótons e elétrons que formam os átomos normais.


Caso isso seja verdade, deveria ser possível detectá-las aqui na Terra, na medida em que nosso planeta passeia pelo véu de matéria escura circundando a galáxia. Vários grupos de pesquisa, incluindo um na Universidade da Califórnia em Berkeley e outro na montanha de Gran Sasso, na Itália, vêm caçando essas partículas exóticas, até o momento sem sucesso. (Houve um alarme falso há um tempo na Itália, que causou grande alvoroço na comunidade científica.)A idéia é ter um detector de partículas, feito de cristais de germânio (material que se usa também em chips de computador) mantidos a baixíssimas temperaturas.


O detector possui uma superfície coletora, como uma rede, que tem a probabilidade de absorver um certo número de partículas de matéria escura por mês.Quando a partícula se choca com os núcleos dos átomos de germânio, ela faz eles vibrarem e sua energia de movimento é transformada em energia de vibração do cristal. Por sua vez, essa energia de vibração é transformada em energia térmica.


Dessas variações pode-se obter a direção original da partícula e a sua massa. Segundo os caçadores de matéria escura, uma detecção decisiva ocorrerá em breve. Nesse caso, a astrofísica estará abrindo uma nova janela para a física de partículas, numa belíssima união do micro com o macro. No meio-tempo, a matéria escura continua obscura.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

No jardim do paradoxo


A melhor definição de paradoxo que já encontrei é * O paradoxo existe!

O paradoxo talvez seja tudo que temos.

A idéia aqui é colocar tudo aquilo que pode ter um oposto e inserir na trama paradoxal.

Perceba que quanto mais próximo ao sentido de ausência, os signos tem outra atmosfera, no sentido de que existe uma clausura da ausência.

Imagine uma sala cheia. Observe que mesmo sem se perguntar CHEIA DE QUE, imaginar por impulso um qualquer coisa, já será a coisa em si.

A soma, a totalidade traz essa idéia de positividade, ao passo que a sala vazia é dotada de um sentido negativo, não importando o fato substancial da ausência ser igualmente a coisa em si.

A SALA CHEIA DE NADA, essa redundância contem as duas máximas paradoxais, o MAIS e o MENOS

Todos os signos possíveis contem o MAIS e o MENOS do paradoxo exceto a ausência. A presença é o oposto do significado superfulo da ausência como não estar, como não ser.

O verdadeiro sentido da ausência é a idéia que escapa ao paradoxo.

Essa característica fantástica dessa idéia aparentemente é uma saída, uma não, A SAIDA, a própria luz talvez. A luz no mais transcendental dos sentidos.

A ausência é a vitória sobre a clausura fundamental metafísica.

O paradoxo por sua vez faz uma pergunta essencial. Qual o oposto da ausência?

E de fato a ausência mesmo sendo escorregadia ao paradoxo ainda assim possui oposto.

O próprio paradoxo (toda a presença é dotada de uma dualidade, no mínimo de uma relação) é o oposto da ausência.

Fica interessante sobre a premissa de que caso o paradoxo se pergunte sobre seu próprio oposto, ou seja, qual seria o oposto da dualidade e toda a física e metafísica nela contidas, a resposta estaria ausente.

Essa batalha entre o paradoxo e o espectro ausente é travada quadro a quadro.

Entre o virtual e a matéria.
Entre o tempo e o espaço
Entre a essência e a existência.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O presente problema



A educação com relação a difícil esfera do conhecimento chamada tempo nos condena a linearidade. O efeito dessa linha temporal por sua vez condenou a percepção de uma maneira geral.

Quando pensamos em fato consumado, ou enquanto criança na escola aprendendo aulas de historia somos educados a praticar uma contextualização, isso implica em traçar um paralelo entre o passado e nosso presente para um entendimento mais próximo, alem é claro da analise pré e pós-evento.

Toda a historia funciona estruturada sobre a premissa de ação e reação, causa e conseqüência, sem se desatar da linha do tempo. Passado, presente, futuro.

Antes de declarar o fim da historicidade, vamos analisar essa linha temporal inexistente.

O PASSADO

O passado é representado por ações cometidas, materializadas e acessível se e somente se praticado junto a memória, mas, o que é a memória?

O termo memória tem sua origem etimológica no latim e significa a faculdade de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos anteriormente reportando-se às lembranças, reminiscências.

A memória e somente ela nos permite agir sem aprender novamente. Ou seja, a memória é a caixa de ferramentas de nossas ações. Sem a memória tudo sempre seria como a primeira vez. Memória e desenvolvimento estão intimamente ligados. Quero chamar atenção para o fato da memória ser uma atividade FISICA e mental.

Muito mais que um banco de dados, a memória é a chave de transformação entre passado e futuro.

Uma vez que os elementos que a memoria não consegue construir mentalmente são corrigidos pela IMAGINAÇAO.

Podemos dizer aqui que o futuro é um passado sem memória.

O FUTURO

Todo futuro é imprevisível. Simples assim. O futuro é a oportunidade impar de olhar para o mundo metafísico sem o espectro da memória Descartando a lógica. Mesmo que você saiba exatamente como será cada aspecto do seu dia, a qualquer momento o diabo poderá chegar e bater em sua porta trazendo a boa nova.

O futuro é o possível do impossível.

Não bastasse essa vertigem, o futuro é dotado de uma transformação exclusiva que contem a maior dádiva da vida e de fato é seu signo mais fiel. A Morte.



Começa aqui a intercessão entre passado e futuro, uma vez que a consciência não como substancia, mas como atividade perceba a morte futura, a memória nos encarrega de dizer que de fato ela, a morte, essencialmente existe.

Essencialmente porque mesmo que no futuro distante a morte como doença seja sanada por meio de clonagem ou nanotecnologia, o espírito ancestral da finitude jamais deixara de assombrar o mundo físico. Mesmo que não haja mais morte entre os seres vivos e não haja nem mesmo a memória da morte, ela, estará aguardando na toca como um chacal, pronta para destituir a aurora.

Perceba que futuro e passado se confundem por permanecer como frutos de uma obsessão fictícia.

A substancia dessa síntese é dada por um breve momento de definição virtual materializada no mundo físico de forma PRESENTE

O problema do presente esta nessa característica escorregadia. O presente não é inteiramente uma ficção, uma vez que se constrói a partir de momentos fisicos, porem o presente esta longe de ser definido como realidade, porque esses momentos analisados de forma isolada são despidos de sentido, isso quer dizer que o momento presente embora seja físico é fruto de um conflito metafísico.

O presente é uma pausa no invisível.

O tempo não é uma linha. O tempo é uma das formas mais belas e fidedignas de expressão do paradoxo.